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Fundos de investimento registram saída de R$ 128 bilhões em 2023

Por Walter Scheurer em 09/01/2024 às 17:32:43

* Os fundos de investimento fecharam 2023 com o saldo negativo de R$ 127,9 bilhões — o segundo ano seguido de resultado no vermelho — de acordo com dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), divulgados nesta terça-feira (9).

O saldo negativo ocorre quando a saída de investimentos supera a entrada de aportes.

A fuga dos fundos de investimento apresentou perda de fôlego ao longo do ano. No primeiro semestre, o setor registrou saldo negativo de R$ 122,3 bilhões, enquanto nos últimos seis meses o resultado foi saída de R$ 5,6 bilhões.

"O que ficou evidente ao longo do ano é que os investidores passaram a buscar títulos de renda fixa, principalmente os isentos de imposto de renda", explica Paulo Rudge, vice-presidente da Anbima.

De acordo com o especialista, a primeira metade do ano foi marcada por um cenário de desafios, com destaque às incertezas do início do corte de juros pelo Banco Central (BC).

"No segundo semestre, vimos os efeitos positivos da política monetária doméstica no desempenho dos ativos, com a desaceleração da inflação. A partir de outubro, também houve uma melhora gradual do cenário externo", elenca.

O BC iniciou o atual corte de juros em agosto do ano passado, quando reduziu a Selic de 13,75% a 13,25% — o primeiro movimento para baixo em três anos.

Desde então, a autoridade monetária manteve o corte gradual de 0,50 ponto percentual (p.p.), encerrando a taxa de juros no patamar de 11,75% em 2023.

"A Selic continua em dois dígitos, então os títulos isentos permanecem atraentes, mas agora há maior previsibilidade no mercado e menor aversão ao risco", destaca o vice-presidente.

Multimercados puxam queda

Os fundos de multimercado — que pulverizam os investimentos em diversos segmentos e setores — registraram o pior resultado do ano, com resultado negativo de R$ 134,3 bilhões, o pior resultado da série histórica.

Segundo a Anbima, as carteiras que investem no exterior foram as mais impactadas e ficaram R$ 49,6 bilhões no vermelho.

Os fundos de renda fixa e os fundos de ações também fecharam o ano no vermelho, com resgates líquidos de R$ 59,8 bilhões e de R$ 17 bilhões, respectivamente. Em seguida, aparecem os fundos cambiais, com R$ 1,9 bilhão, e os ETFs (Exchange Traded Funds), com R$ 318,6 milhões.

No campo positivo, os Fundos de Investimento em Participações (FIPs) lideram a lista com saldo positivo de R$ 42,1 bilhões em 2023.

Já os Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDCs) registraram captação líquida de R$ 24,1 bilhões no ano. Outra classe que teve entradas líquidas no período foi a previdência, com R$ 19,3 bilhões.

Em relação à rentabilidade dos tipos com os maiores patrimônios líquidos, as carteiras de ações sem compromisso de concentração em uma única estratégia (tipo ações livre) superaram o Ibovespa e avançaram 23,7% em 12 meses.

Já as carteiras de títulos de renda fixa de curto prazo e que investem, no mínimo, 80% em títulos públicos federais (tipo renda fixa duração baixa grau de investimento) valorizaram 12,8% no período. No caso dos multimercados, as carteiras que investem no exterior rentabilizaram 9,14% no ano.




Fonte: CNN Brasil
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