* De acordo com Guedes, o governo atual está expandindo o tamanho do Estado, o que, segundo ele, "caminha para o totalitarismo". Ele argumentou que essa expansão descontrolada de gastos tende a aumentar os impostos e gerar um "endividamento em bola de neve" na economia.
Durante o evento, Paulo Guedes comentou que, assim que Lula assumiu, "tirou o teto, tirou tudo e falou: "Vou chutar o balde, vou fazer o que eu quiser."" Ele destacou que a atitude de Lula representou um extremo oposto ao que seria a responsabilidade fiscal, pressionando por maiores gastos e consequente aumento dos impostos e juros.
Guedes fez uma retrospectiva de sua gestão no Ministério da Economia, salientando a importância do teto de gastos criado no governo de Michel Temer (MDB). Mesmo reconhecendo que Bolsonaro precisou ultrapassar o teto devido à pandemia de covid-19, ele classificou a medida como um "teto retrátil", necessário para o combate às emergências de saúde pública.
Para Guedes, o "inchaço" do Estado é perigoso e pode levar ao totalitarismo. Ele citou o controle da mídia e a perseguição de indivíduos como exemplos das consequências negativas de um Estado excessivamente grande. Guedes acredita que o governo deveria se focar mais em segurança pública, em vez de se envolver em atividades produtivas como fabricação de "chapa de aço".
Para alcançar o equilíbrio fiscal, o ex-ministro sugere a implementação de uma meta de dívida pública que deveria ser obrigatória para qualquer governo. Ele defende que, em caso de estouro dessa meta, o governo deve ser compelido a desestatizar, desalavancar e reduzir os gastos públicos, ao invés de permitir que os mesmos cresçam descontroladamente.
Guedes também explicou que, durante uma crise, medidas emergenciais são necessárias, mas, uma vez superada a crise, a economia deve retornar ao controle fiscal, mesmo permitindo certa flexibilidade com juros baixos e crescimento econômico.
O ex-ministro aproveitou a oportunidade para relembrar seu tempo à frente do Ministério da Economia, destacando os desafios enfrentados e as estratégias adotadas durante a pandemia de covid-19. Ele reiterou que a necessidade de ultrapassar o teto de gastos foi uma medida emergencial e justificada pela crise sanitária.
Apesar das críticas, Guedes afirmou que sua análise não era um ataque direto ao governo atual, mas sim uma avaliação teórica e "socrática". Ele mencionou a importância de ser cuidadoso com as palavras, devido à sua experiência prévia, e pediu desculpas aos participantes do evento por não ser mais direto em sua abordagem.
Guedes questionou os presentes sobre os efeitos das políticas do governo atual nos juros. Ele mencionou que o aumento dos gastos pode elevar os impostos, o que, por sua vez, irrita a população e provoca um endividamento crescente e juros altos. Este ciclo negativo acaba gerando mais descontentamento, alertou o ex-ministro.
Ele reafirmou que a expansão desmesurada do Estado pode ter sérias consequências, insistindo que as políticas econômicas sejam sempre equilibradas e voltadas para a sustentabilidade financeira a longo prazo.
Fonte: Terra Brasil Notícias