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IncĂȘndios no Pantanal chega a 1,2 milhões de hectares foram afetados

Por Walter Scheurer em 10/08/2024 às 08:59:51

* As mudanças climĂĄticas provocadas pela ação humana tĂȘm piorado significativamente as condições que levam aos incĂȘndios no Pantanal. De acordo com um estudo do grupo internacional World Weather Attribution, realizado por 18 pesquisadores de países como Brasil, Estados Unidos e Reino Unido, as condições de temperatura, seca e vento que provocaram o recorde de incĂȘndios neste ano ficaram 40% mais intensas e entre quatro e cinco vezes mais provĂĄveis.

Os pesquisadores destacam a "necessidade urgente de substituir os combustíveis fósseis por energias renovĂĄveis, reduzir o desmatamento e reforçar as proibições de queimadas controladas" para combater o impacto dos incĂȘndios florestais na fauna, flora, comunidades indígenas e agricultura. As emissões de combustíveis fósseis tĂȘm um papel significativo no aquecimento global, que por sua vez aumenta a frequĂȘncia e intensidade dos incĂȘndios no Pantanal.

Impacto das Mudanças ClimĂĄticas nos IncĂȘndios do Pantanal

O estudo aponta que o risco de incĂȘndios na ĂĄrea mais úmida do mundo estĂĄ sendo impulsionado principalmente pelo aumento das temperaturas e pela diminuição dos índices de precipitações e da umidade relativa do ar. Esses fatores tornam o ambiente mais suscetível a incĂȘndios, que podem rapidamente se tornar devastadores.

Clair Barnes, pesquisadora do instituto britânico de pesquisa ambiental Grantham, explica que "A mudança climĂĄtica sobrecarregou os incĂȘndios florestais no Pantanal. À medida que as emissões de combustíveis fósseis aquecem o clima, as zonas úmidas aquecem, secam e transformam-se em uma caixa de pólvora."

Quais São as Previsões para os Próximos Meses?

Os pesquisadores estão preocupados com as condições futuras. "Os incĂȘndios florestais do Pantanal deste ano tĂȘm potencial para se tornarem os piores de todos os tempos. Estão previstas condições ainda mais quentes em agosto e nos próximos meses, e existe uma ameaça considerĂĄvel de que os incĂȘndios florestais possam queimar mais de trĂȘs milhões de hectares," ressalta Filippe Santos, pesquisador da Universidade de Évora e colaborador da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Até o momento, mais de 1,2 milhão de hectares do Pantanal foram queimados durante essa temporada de incĂȘndios — cerca de 8% do bioma. Além do dano ambiental, milhões de animais provavelmente morreram.

O Que o Governo EstĂĄ Fazendo para Combater os IncĂȘndios?

Na semana passada, o presidente Luiz InĂĄcio Lula da Silva visitou o Pantanal pela primeira vez desde o início dos incĂȘndios. De acordo com dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), entre janeiro e julho de 2024, houve 4.696 focos de incĂȘndio, um número 11% superior ao registrado até julho de 2020, na gestão Jair Bolsonaro.O Ministério do Meio Ambiente informou que 890 profissionais do governo federal estão atuando na crise, entre integrantes das Forças Armadas, do Ibama, ICMBio, Força Nacional de Segurança Pública e Polícia Federal. Além disso, o governo federal liberou R$ 137 milhões de créditos extraordinĂĄrios para o combate ao incĂȘndio.

Principais ações do governo:

  • Mobilização de 890 profissionais das Forças Armadas, Ibama, ICMBio, Força Nacional de Segurança Pública e Polícia Federal
  • Uso de 15 aeronaves e 33 embarcações
  • Liberação de R$ 137 milhões em créditos extraordinĂĄrios

Embora o efetivo seja trĂȘs vezes maior do que o empregado até o final de junho, as ações do governo ainda são consideradas insuficientes para conter os incĂȘndios de forma eficaz.

Os dados mostram que a crise dos incĂȘndios no Pantanal demanda uma ação mais coordenada e urgente tanto a nível nacional quanto internacional. Substituir combustíveis fósseis por fontes de energia renovĂĄveis e implementar políticas mais rígidas contra o desmatamento são passos fundamentais para reverter esse cenĂĄrio.




Fonte: Terra Brasil Notícias

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